terça-feira, 27 de agosto de 2013

Hoje...

Hoje faz um ano, um ano que estive aterrorizada por abandonar a vida, não com medo da morte em si, pois tenho a certeza da posteridade, mas por deixar pra trás tantas coisas que ainda queria fazer. Por deixar meus filhos pequenos, por não ter vestido minhas crianças para o primeiro dia de aula onde começariam a descobrir o mundo, por não ter visto seus primeiros amores e não ter dado o colo nas primeiras lágrimas de desilusão, pesar por não vê-los em seu matrimônio, por não poder segurá-los em meus braços nas venturas de felicidade que a vida lhes trará, por não acalentar meus futuros netos no colo.
Este pesar me fez derramar inúmeras lágrimas de medo. Enfim passei pelo que tinha q passar e sobrevivi! Mas hoje eu percebi que aquele medo imenso matou um pedaço de mim e sepultou em minha mente uma parte do que fui, modificou-me. E exatamente um ano depois eu percebi que preciso desta parte, que preciso desta esperança, preciso escavar o triste mausoléu da minha mente, resgatando o cadáver soterrar o fantasma de tudo aquilo que vem me sufocado desde que a esperança foi enterrada em mim mesma.
Triste constatação, descobrir que a nostalgia tem se apoderado de mim mais que o amor e a certeza do amanhã. Mas já peguei a pá e a enxada, vamos cavar, descobrir o perdido e sepultar a tristeza e como dizia o poeta "viver e não ter a vergonha de ser feliz..."

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