terça-feira, 23 de novembro de 2010

Hoje

Nesta manhã acordei com uma sensação diferente, meio cansaço, meio irritação, um não sei o que indescritível.
Ralhei com o marido, repreendi as gatas, gritei com as crianças opa, neste momento parei, me olhei de fora e me alertei: que mostro você é?
Mas já tinha gritado, descontado nos pequenos esse não sei o que! 
Tentei me redimir, cantei com eles, brinquei e percebi que assim eu gostaria de ser, simples, inocente, sem guardar mágoas e rancores, sem me descompassar pela atitude alheia, sorrir a quem me humilha, abraçar quem me machuca. Assim passei a manhã, adentrei à tarde com a mágoa e ressentimento que devia ser deles para comigo, mas eles não se abalam com a nossa ignorância, isso é ridículo demais para suas pequenas almas crentes em algo maior, ressenti-me comigo mesma, caí na minha própria grosseria, desintegrei-me em lágrimas e remorsos.
Fazer o que? Agora não adianta mais e, só por Hoje tentarei ser melhor, e amanhã ao invés de extravasar gritando, tentarei aprender com eles e extravasar rindo! 
Porque Rir é a melhor terapia para essas enfermidades passageiras e sem sentido que amanhecem conosco e nos abandonam ao adormecermos.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Caminhos

Mercado Municipal São Paulo

Neste feriado, 15, deixei-me ser turista, saímos a passear por São Paulo, eu e meus amados deixamo-nos levar pela cidade Paulista, passamos no Mercado Municipal, contornamos o Anhangabaú, terminamos por deixar o carro em Santa Cecília, alí mesmo perto da igreja e entramos no Metrô, fomos fazer um passeio suscinto pela malha metroviária de capital Paulista.
Não fazia idéia do fascínio que este simples e modesto passeio exerceria sobre meu Nicolas, não se cabia em si com tudo que via e com a sensação das paradas e saídas do metrô.
Mas quando descemos na Estação da Luz para pegar o trem sentido Francisco Morato, não por obrigação apenas por diversão, o pequeno não cabia em si de tanta excitação, via pessoas, o edifício um "castelo" tão lindo aos seus olhos, o trem de passageiros que vinha nos arrebatar da estação assim como a Locomotiva de carga que, na ocasião passava puxando tantos vagões que os seus olhinhos nem  podiam contar, a viagem estendeu-se até Perus, quando seus 4 anos de ansiedade não podiam mais ser contidos no vagão da composição que nos levava.
Estação da Luz, vista do Jardim da Luz
Ao retornarmos à Luz, passeamos pela estação, adentramos o Jardim da Luz, ainda resplandecendo o glamour de outrora com suas belas e frondosas árvores a deixar seus ramos pelas alamedas do passeio, tantos lugares, tantas explicações e meu menino descobrindo um pedaço de São Paulo que até então desconhecia!
Sinto-me tão feliz em proporcionar-lhe tão pequeno ensejo de curiosidade e satisfazer seus "por quês", como do que são feitas e o que são as esculturas do acervo da Pinacoteca, e assim, cheios de perguntas e observações envoltos num cansaço tão satisfatório de volta ao nosso mundo, nossa casa e nossos simples afazeres do dia a dia.
Mas logro feliz em saber, que por algumas horas fui a preceptora mais feliz que já pisou nestas terras, pois meu pequeno pupilo sorvia com a sede característica dos pequeninos cada explicação que eu lhe dava.

Até mais!

domingo, 7 de novembro de 2010

Pensamentos

Eis-me aqui novamente perdida com meus pensamentos, tantos são que se misturam, um pouco aqui, um pouco alguns anos atrás, outros na adolescência esquecida outros ainda na infância perdida, parece poesia, mas é prosa, prosa que às vezes tenho comigo e nessas reminiscências trago à tona tantas idas e vindas, tantos personagens e momentos, me pego discutindo comigo mesma as decisões do passado, como teriam sido caso a opção fosse diferente, outras vezes me pego tentando adivinhar o destino daqueles que deixaram a mesma estrada e hoje seguem caminhos diversos dos meus.
Assim fico pensando e pensando enquanto cumpro com meus afazeres de esposa e mãe, mas me pergunto, a vida não seria mais simples se eu pensasse um pouco menos? Não doeriam menos certas incertezas provenientes de todo este esforço mental? Talvez sim, talvez não, só sei que me surpreendo às vezes vivendo sensações e dissabores de outrora, mas enquanto não descubro como apagar lembranças, vou vivendo eu e meus pensamentos.